-->
Uma destas sexta
feiras, destas que todo mundo sai na noite pra simplesmente virar a
madrugada, tomar cerveja, conhecer gente, eu, lá pelas 2 hs da
manhã ainda estava tentando uns trocados vendendo artesanato e
alguns discos de vinil na calçada da Rua Augusta SP, na carona deste movimento das
pessoas que descem e sobem a rua festejando a noite. De repente para um cara com uma moto, estaciona na minha frente e começa
a trocar uma ideia enquanto vai se ajeitando, estacionando, um
“cara” tranquilo, parecia que já o conhecia há muito tempo.
Foi conversando, olhou uns discos que eu estava
vendendo, ele também carregava um vinil que eu perguntei quanto
tinha pago; Este sou eu disse, enquanto dei uma rápida olhada na
capa e não reconheci quem era. Dias depois fui pesquisar quem era Di
Melo, o “cara” daquele disco que fora do Brasil vale pelo menos
700 reais. Na Internet, vi alguns vídeos e como já escrevi neste
blog sobre a questão da vantagem de não ter muita pretensão e
pressa, mas que o que valesse a pena iria aparecer no meu blog, então,
baseado nisto posso dizer que Di Melo é daquelas raras pessoas que
transmitem simplicidade, não simples de simplório, mas de qualidade
e sabedoria que naturalmente você vai ouvir na sua musica que eu
prefiro não catalogar por ter este som a sua marca, originalidade Ele
dá o recado e eu sem problema algum, colocaria o seu nome junto aos
grandes da musica brasileira e do mundo. Segundo o que muitos dizem
sobre tanto tempo longe da grande mídia, eu mesmo não conhecia o seu
trabalho, mas trabalho bem feito de qualidade é atemporal, pode
ficar um tempo esquecido mas a qualquer momento volta com tudo, assim
como também existem artistas que por algum motivo não ouvimos,
filmes e livros que não conhecemos. A minha “praia” sempre foi o rock, mas sempre gostei de musica boa, de qualidade,
independente do estilo. Conheci muita coisa do Nordeste nos anos 70 e
80, Quinteto Violado, Fagner, Elomar, Alceu Valença e mais um monte
de gente que no final esta musica me levou a morar 10 anos no NE,
terra onde ouvi mais um tanto de coisas boas de artistas conhecidos e
outros desconhecidos e no caso agora de Di Melo, Pernambucano, eu nem
estranho o fato de eu não ter conhecido antes a sua musica porque eu
caminho por aí sem pressa, sem direção e neste movimento as coisas
acabam chegando, como os bons livros, filmes, boas bandas. Não
existe tempo pra arte, pro trabalho de qualidade que pertence as
coisas do universo que estão fora da nossa ideia de espaço e tempo.
Vanderlei Prado
Imagens/Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário