A missão quase impossível de adaptar On the road para o cinema.
Quem leu o livro de Jack Kerouac e se ainda por cima vagou por aí sem rumo, atravessou um continente de carona, ou pelo menos o seu estado, sabe do que estou falando, vamos ver.
Alguns trechos do livro:
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Quem leu o livro de Jack Kerouac e se ainda por cima vagou por aí sem rumo, atravessou um continente de carona, ou pelo menos o seu estado, sabe do que estou falando, vamos ver.
Alguns trechos do livro:
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“Maldita cidade! A carona que consegui pegar foi
com um sujeito magricela e desfigurado que acreditava no jejum como
forma de preservar a saúde. Quando lhe contei que estava morrendo de
fome, enquanto rodávamos para o leste, ele disse: “Muito bom, muito bom,
não há nada melhor para você. Eu mesmo não como há três dias. Vou viver
até os 150 anos”. Ele era um saco de ossos, um boneco desengonçado, um
palito quebrado, um maníaco. Eu poderia ter pego carona com um gordo
endinheirado que diria: “vamos parar nesse restaurante e comer umas
costelas de porco com feijão.”.
“Ah, os orifícios do ofício.”
“e agora ela estava se dirigindo claramente para fora da minha cabeça ainda que suspensa na ponta da língua da minha mente.”
“Algo, alguém, algum espírito nos
perseguia, a todos nós, através do deserto da vida, e estava determinado
a nos apanhar antes que alcançássemos o paraíso. Naturalmente, agora
que reflito sobre isso, trata-se apenas da morte: a morte vai nos
surpreender antes do paraíso. A única coisa pela qual ansiamos em nossos
dias de vida, e que nos faz gemer e suspirar e nos submetermos a todos
os tipos de náuseas singelas, é a lembrança de uma alegria perdida que
provavelmente foi experimentada no útero e que somente poderá ser
reproduzida (apear de odiarmos admitir isso) na morte.”
“Algum dia a humanidade compreenderá que,
na verdade, estamos em contato com os mortos e com o outro mundo, seja
ele qual for; nesse exato instante, se apenas exercitássemos nossa força
mental o suficiente, poderíamos prever o que vai acontecer nos próximos
cem anos e seríamos capazes de agir para evitar todas as espécies de
catástrofes. Quando um homem morre, seu cérebro passa por uma mutação
sobre a qual não sabemos nada agora, mas que será bastante clara algum
dia, se os cientistas se ligarem nisso. Só que por enquanto esses filhos
da puta estão interessados unicamente em ver se conseguem explodir o
planeta.”
“Parecia apenas uma questão de minutos
quando começamos a rodar pelo sopé das colinas de Oakland e,
repentinamente, atingimos o cume e vimos, esparramada à nossa frente, a
fabulosa cidade de São Francisco, clara, sobre suas onze colinas
místicas, com o Pacífico azulado e sua muralha elevada com a plantação
de batatas ao longe, sob a névoa, e fumaça e resplendor no fim de tarde
do tempo.”
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