segunda-feira, 9 de julho de 2012

Na estrada/ On the road no cinema

A missão quase impossível de adaptar On the road para o cinema.
Quem leu o livro de Jack Kerouac e se ainda por cima vagou por aí sem rumo, atravessou um continente de carona, ou pelo menos o seu estado, sabe do que estou falando, vamos ver.

Alguns trechos do livro:
"
“Maldita cidade! A carona que consegui pegar foi com um sujeito magricela e desfigurado que acreditava no jejum como forma de preservar a saúde. Quando lhe contei que estava morrendo de fome, enquanto rodávamos para o leste, ele disse: “Muito bom, muito bom, não há nada melhor para você. Eu mesmo não como há três dias. Vou viver até os 150 anos”. Ele era um saco de ossos, um boneco desengonçado, um palito quebrado, um maníaco. Eu poderia ter pego carona com um gordo endinheirado que diria: “vamos parar nesse restaurante e comer umas costelas de porco com feijão.”.

“Ah, os orifícios do ofício.”

“e agora ela estava se dirigindo claramente para fora da minha cabeça ainda que suspensa na ponta da língua da minha mente.”

“Algo, alguém, algum espírito nos perseguia, a todos nós, através do deserto da vida, e estava determinado a nos apanhar antes que alcançássemos o paraíso. Naturalmente, agora que reflito sobre isso, trata-se apenas da morte: a morte vai nos surpreender antes do paraíso. A única coisa pela qual ansiamos em nossos dias de vida, e que nos faz gemer e suspirar e nos submetermos a todos os tipos de náuseas singelas, é a lembrança de uma alegria perdida que provavelmente foi experimentada no útero e que somente poderá ser reproduzida (apear de odiarmos admitir isso) na morte.”
 

“Algum dia a humanidade compreenderá que, na verdade, estamos em contato com os mortos e com o outro mundo, seja ele qual for; nesse exato instante, se apenas exercitássemos nossa força mental o suficiente, poderíamos prever o que vai acontecer nos próximos cem anos e seríamos capazes de agir para evitar todas as espécies de catástrofes. Quando um homem morre, seu cérebro passa por uma mutação sobre a qual não sabemos nada agora, mas que será bastante clara algum dia, se os cientistas se ligarem nisso. Só que por enquanto esses filhos da puta estão interessados unicamente em ver se conseguem explodir o planeta.”

“Parecia apenas uma questão de minutos quando começamos a rodar pelo sopé das colinas de Oakland e, repentinamente, atingimos o cume e vimos, esparramada à nossa frente, a fabulosa cidade de São Francisco, clara, sobre suas onze colinas místicas, com o Pacífico azulado e sua muralha elevada com a plantação de batatas ao longe, sob a névoa, e fumaça e resplendor no fim de tarde do tempo.”
 








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