Interessante como alguns poucos minutos de pedalada de bicicleta numa rua tranquila, refresca a cabeça e faz você ver coisas que normalmente passariam despercebidas pela falta de tempo e correria em busca do nada de todos os dias. A vida é simples, de todo o lixo produzido pela nossa corrida diária, pouca coisa acaba servindo para o seu desenvolvimento e das outras pessoas do planeta. A grande verdade é que o ser humano ao longo dos tempos armou a sua ratoeira e ficou preso na sua bela invenção.Pra sustentar a sua " ideia de asno", tem que viver todos os dias desperdiçando energia e também atrapalhando a vida de milhares de pessoas. Eu gosto de perder tempo pensando, ouvindo e parando pra ver coisas que por si só explicam mais que um monte de livros ou horas de pesquisas no computador. Naturalmente tudo tem o seu preço e o meu é estar sempre sem dinheiro, "duro". Tive um amigo que trabalhava também com artesanato nas calçadas da Paulista, ele costumava dizer que ia escrever um livro intitulado; "como ganhar dinheiro, ficar rico", eu disse ; - bom , então vou esperar você escrever o seu livro, eu leio, e saio finalmente deste estado permanente de pobreza. Mas infelizmente ele não concluiu o seu projeto, talvez tenha deixado pra mim esta "nobre missão", e como sou um pouco perturbado, o titulo, caso escrevesse sairia assim; " Como conseguir ficar sempre pobre, perdendo bastante tempo", ou; " Se mantendo pobre, tentando por varias decadas montar uma banda de rock."( Este livro seria mais um recordista de fracassos)
Voltando as pedaladas pelo bairro onde moro, a Vila Pires em Santo André, numa rua próxima a minha tem um bar de esquina, onde sempre vejo um pessoal tomando cerveja, "trocando uma ideia", alguém passeando com o seu cachorro. A impressão que se tem é que estes "caras" vivem bem, tem uma sintonia com o seu "pedaço", ambiente, amizade e isto numa Vila simples, são pessoas como a maioria dos brasileiros que levantam cedo, chegam tarde na volta do trabalho, tem um carro na garagem, ou dois, nada de mais. Nesta rua não existe a ideia de um grande portão fechando o acesso, como nos condomínios fechados. Tudo isto faz parte da ideia principal que é a de viver bem, estar integrado com o que esta acontecendo a sua volta, com as pessoas.Mas mesmo nestas vilas que ainda resistem a especulação imobiliária, este saudável estilo de vida esta acabando. No caso da Vila Pires as construtoras, compram uma casa em um terreno de 12x 30 m, fazem a demolição e constroem 4 sobrados espremidos que parecem mais como caixas de pombos e aí você imagina, cada sobrado com um ou dois carros, que multiplicados por 4 dará um total de 8 num espaço que só deveria ter uma casa. Se cada sobrado tiver em média 4 pessoas são pelo menos 16 festas de aniversário por ano, tirando as festinhas dos netos e crianças etc, o pacote completo pode incluir ainda um ou dois skatistas "rebeldes" que vão querer mostrar serviço do lado da sua casa, da sua janela e se tudo "CORRER BEM" o seu "pedaço" pode virar um " point" temporário para pelo menos uma dúzia de amigos do seus vizinhos skatistas.Com a chegada deste outro modo de vida, das " caixas de pombos"vem também a cultura do individualismo ao extremo, todos viram suspeitos e muitos destes novos moradores, tem a ilusão que são classe média alta e devem ter nas suas cabeças a meta de se tornarem realmente pessoas com bastante dinheiro(o que não tem nada de errado, o problema é só o que podem fazer para atingirem os seus objetivos).
Os condomínios por sua vês trazem a ideia do afastamento dos problemas das grandes cidades, criam mais uma ilusão que é quebrada com um simples passeio de um morador pela sua região, onde poderá ser assaltado, sequestrado e morto.
Certa vez, li numa desta revistas velhas das salas de espera de dentistas , uma frase de um guru religioso, que dizia que o homem em todos estes milhares de anos evoluiu muito pouco e o que o homem chama de evolução, nada mais é do que formas sofisticadas para fazer o que sempre fez desde a época das cavernas, se antes corria com os seus dois pés agora corre em cima de 4 rodas, simplesmente para comer, fazer sexo, se divertir e dormir.
Muitas vezes, morar bem, é uma condição que pode depender muito da sua cabeça, um bom lugar pode virar um inferno e as vezes um "buraco" ou uma pequena casa numa favela pode virar o melhor lugar do mundo, o ideal seria que todas as pessoas tivessem condições mínimas e boas, de moradia, o tamanho do Brasil e a sua riqueza mostram que isto é perfeitamente possível, mas enquanto existirem pessoas que precisam de varias casas espalhadas por praias, montanhas, diversas cidades, cada uma com 12 banheiros, vai demorar um pouco ainda.
Obs:Caso o meu amigo lançar o seu livro, eu ler e ficar rico, vou construir uma casa com 50 banheiros, 5 piscinas, 3 com água quente, sendo que 2 com cascatas e água purificada importada das cordilheiras do Himalaia, 12 cozinheiras francesas...
Veja também o que escreveu Akirarw em seu blog(sonorica)http://sonorica.blogspot.com/2011/03/condominios-fechados-nova-onda-do.html
Almalem/até quando/por: fantasmycband
imagens/google
Cólera/viaduto/por: Marcelpunk
Voltando as pedaladas pelo bairro onde moro, a Vila Pires em Santo André, numa rua próxima a minha tem um bar de esquina, onde sempre vejo um pessoal tomando cerveja, "trocando uma ideia", alguém passeando com o seu cachorro. A impressão que se tem é que estes "caras" vivem bem, tem uma sintonia com o seu "pedaço", ambiente, amizade e isto numa Vila simples, são pessoas como a maioria dos brasileiros que levantam cedo, chegam tarde na volta do trabalho, tem um carro na garagem, ou dois, nada de mais. Nesta rua não existe a ideia de um grande portão fechando o acesso, como nos condomínios fechados. Tudo isto faz parte da ideia principal que é a de viver bem, estar integrado com o que esta acontecendo a sua volta, com as pessoas.Mas mesmo nestas vilas que ainda resistem a especulação imobiliária, este saudável estilo de vida esta acabando. No caso da Vila Pires as construtoras, compram uma casa em um terreno de 12x 30 m, fazem a demolição e constroem 4 sobrados espremidos que parecem mais como caixas de pombos e aí você imagina, cada sobrado com um ou dois carros, que multiplicados por 4 dará um total de 8 num espaço que só deveria ter uma casa. Se cada sobrado tiver em média 4 pessoas são pelo menos 16 festas de aniversário por ano, tirando as festinhas dos netos e crianças etc, o pacote completo pode incluir ainda um ou dois skatistas "rebeldes" que vão querer mostrar serviço do lado da sua casa, da sua janela e se tudo "CORRER BEM" o seu "pedaço" pode virar um " point" temporário para pelo menos uma dúzia de amigos do seus vizinhos skatistas.Com a chegada deste outro modo de vida, das " caixas de pombos"vem também a cultura do individualismo ao extremo, todos viram suspeitos e muitos destes novos moradores, tem a ilusão que são classe média alta e devem ter nas suas cabeças a meta de se tornarem realmente pessoas com bastante dinheiro(o que não tem nada de errado, o problema é só o que podem fazer para atingirem os seus objetivos).
Os condomínios por sua vês trazem a ideia do afastamento dos problemas das grandes cidades, criam mais uma ilusão que é quebrada com um simples passeio de um morador pela sua região, onde poderá ser assaltado, sequestrado e morto.
Certa vez, li numa desta revistas velhas das salas de espera de dentistas , uma frase de um guru religioso, que dizia que o homem em todos estes milhares de anos evoluiu muito pouco e o que o homem chama de evolução, nada mais é do que formas sofisticadas para fazer o que sempre fez desde a época das cavernas, se antes corria com os seus dois pés agora corre em cima de 4 rodas, simplesmente para comer, fazer sexo, se divertir e dormir.
Muitas vezes, morar bem, é uma condição que pode depender muito da sua cabeça, um bom lugar pode virar um inferno e as vezes um "buraco" ou uma pequena casa numa favela pode virar o melhor lugar do mundo, o ideal seria que todas as pessoas tivessem condições mínimas e boas, de moradia, o tamanho do Brasil e a sua riqueza mostram que isto é perfeitamente possível, mas enquanto existirem pessoas que precisam de varias casas espalhadas por praias, montanhas, diversas cidades, cada uma com 12 banheiros, vai demorar um pouco ainda.
Obs:Caso o meu amigo lançar o seu livro, eu ler e ficar rico, vou construir uma casa com 50 banheiros, 5 piscinas, 3 com água quente, sendo que 2 com cascatas e água purificada importada das cordilheiras do Himalaia, 12 cozinheiras francesas...
Veja também o que escreveu Akirarw em seu blog(sonorica)http://sonorica.blogspot.com/2011/03/condominios-fechados-nova-onda-do.html
Almalem/até quando/por: fantasmycband
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Cólera/viaduto/por: Marcelpunk